Empresas que querem crescer tem que exportar. É com esta filosofia que a Baumer, fabricante de equipamento médico-hospitalar e implantes ortopédicos, de Mogi Mirim, interior de São Paulo, tem focado suas atividades para atender o mercado internacional, alcançando um crescimento de 50% em suas exportações em 2003, o que representa 18% de seu faturamento global. A expectativa é que esse índice chegue a 30% até o final de 2005. Com US$ 70 milhões o Brasil lidera o mercado de ortopedia na América Latina, estimado em US$ 200 milhões no ano de 2003. A informação faz parte de um levantamento da empresa Millennium Research Group, de Toronto no Canadá, que apontou a Baumer como líder no mercado de trauma e reconstrução. Segundo Wagner Mazolli, gerente de exportação da Baumer, este mercado movimenta um montante de US$ 17 bilhões por ano, sendo que 50% estão localizados nos Estados Unidos. ?Com o domínio do mercado brasileiro, que é muito competitivo e focado em preços, iniciamos ações efetivas para ampliar as exportações da empresa. Para crescer é preciso investir no mercado internacional?, explica. A Baumer mantém cerca de 40% do mercado nacional no segmento de ortopedia e pretende alcançar os 50% até o próximo ano.
Com oito divisões na área da saúde, a empresa tem focado esforços para exportar sua linha de ortopedia, com os implantes e instrumentais. No entanto, todos os produtos desenvolvidos têm estratégia comercial focada não só no mercado nacional. Para futuros negócios a empresa tem trabalhado na divisão Genius, de implantes biológicos, em sistemas de esterilização e controle de infecção, na linha Surgical de Mesas e Lâmpadas, tratamento de água, lavanderia hospitalar e tratamento de resíduos.
Uma das estratégias que ampliou as relações comerciais com os 37 países para os quais exporta foi intensificar a conquista das certificações internacionais, como a CE da comunidade européia, o FDA Americano, além de selos de qualidade de outros países. ?Esses títulos garantem a qualidade do produto e possibilitam uma grande abertura de mercado?, afirma o gerente de exportação.
Mazolli explica que grande parte das empresas brasileiras na área da saúde não possui a cultura da exportação. Mas, o principal fator que impede o crescimento e a abertura de novos clientes estrangeiros é a burocracia. ?Não se trata nem de incentivos fiscais, o Governo tem se empenhado na questão política, mas os processos para exportação ainda são muito burocratizados?, afirma. A falta de investimentos e o alto custo para as certificações também são fatores que atrapalham a abertura de mercado. A solução apontada pelo gerente de exportação viria de um intercâmbio entre o Brasil e países cooperados facilitando o processo de negociações e enquadramento comercial.
Outra iniciativa que tem refletido no crescimento das exportações da Baumer é a participação em eventos internacionais, como congressos e feiras de produtos médico-hospitalares na Alemanha, Rússia, Coréia, Miami e Emirados Árabes. ?Conquistando as certificações o sucesso depende do contato com o cliente e da exposição positiva do produto. É um conjunto de iniciativas que permite essa visão ampla dos negócios?, observa.
No final de 2003, a Baumer entrou para o ranking das 100 empresas de pequeno e médio porte instaladas no Brasil com faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 200 milhões, que mais cresceram no ano anterior.