Há cerca de dois anos começou o movimento de transparência na saúde na sua forma de conceito e implementação e a proposta de uma das palestras foi falar sobre ética e transparência aplicadas à incorporação de tecnologia em saúde. 

A transparência em ATS precisa de metodologia, qualidade de dados, acurácia das evidências, processos de análise discussão do resultado, impactos sociais e implicações éticas, tomada da decisão e comunicação, reavaliação e desincorporação da tecnologia. Dentre estes, o ponto mais significativo é a metodologia. Em quase todos os países em que Fernanda trabalha não há metodologia. No Brasil, ela foi instalada há pouco tempo, mas ainda precisa ser melhorada. 

A ética é a ciência que estuda a conduta humana e é subdividida em metaética, normativa, aplicada e moral. Além disso, Fernanda cita que podemos considerar a ética profissional, da gestão, da verdade e aquela que guia as ações no dia a dia.

A ATS, além da medicina baseada em evidência e análises probabilísticas, deve considerar a bioética e o impacto social da incorporação tecnológica. Quanto mais tecnologia em saúde, maior a chance de haver conflitos éticos, como: avaliações econômicas de alto custo e curto ciclo de vida de produto, o last chance treatment as tecnologias de suporte de vida, terapias genéticas, transplantes e reprodução assistida. 

Há algumas leis com base em princípios éticos e de transparência do setor, como a Lei da Empresa Limpa (Brasil) e a Sunshine Law (EUA). Para a Indústria, devemos considerar os códigos de conduta, como o projeto ABIIS, com participação da Abimed, Abraidi e CBDL e o projeto do Instituto Ethos, buscando empresas pró-ética.

Em curto e médio prazo, Fernanda sugere estudos específicos relacionados a ética em ATS e definição de metodologia, implementação de código de ética para a Indústria e maior transparência em todo o setor para ter os dados corretos e utilizá-los de forma correta para a implementação de novos projetos.

Citando este movimento de ética, um aspecto que sofreu mudança de julgamento é o patrocínio para médicos participarem de congresso e, em lugares como a Europa, não há mais espaço para este tipo de ato e é um caminho a ser repensado. É necessário que haja uma reflexão sobre a educação médica e a atualização sem estes patrocínios. Um movimento que tem acontecido na área de equipamentos médicos é a reestruturação das próprias instituições, em que os times de educação médica se mudaram da área de marketing para a área de medical affairs.