Éramos nove pessoas para ser atendidas e 40 minutos depois da hora marcada chega o médico que logo me chama. Em cravados três minutos ele deu uma rápida olhadinha no meu tornozelo dolorido e decretou: – Precisamos fazer uma ressonância magnética!
Disse-lhe que eu era consultor de planos de saúde, com trabalhos inclusive para o meu plano – a GEAP, e meu foco é a redução de custos das operadoras. Incontinenti, ele alterou a prescrição e receitou um anti-inflamatório “que certamente resolverá o problema”.
Certo ou errado, esse é o modo com que tratamos os 42 milhões de usuários da saúde suplementar no Brasil. Consultas rápidas, mal pagas e, sempre que possível, com exames, muitos exames.
Nos países onde a assistência médica é paga com base no cuidado integral e também pelo grau de satisfação do paciente, os resultados são excelentes e neste cenário, nossos atuais planos de doença seriam verdadeiros planos de saúde. Essa forma de pagamento por desempenho é ainda recente no Brasil, mas está avançando e logo terá que ser adotada até como uma questão de sobrevivência do sistema, desde que associada com as ações preventivas.
Assim, as operadoras deixarão de se preocupar com o pagamento do elevado número de consultas e de exames e, por sua vez, os médicos e hospitais não terão que buscar o ganho de escala, passando a ganhar na medida em que a saúde de seus pacientes esteja melhor. Todos se darão bem.
Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar
www.fermon.com.br