Ao contrário do que se possa imaginar, crianças e adolescentes também podem apresentar problemas cardíacos. Entretanto, na maioria das vezes, são as cardiopatias congênitas, ou seja, que estão presentes desde o nascimento. Estima-se que, de cada mil crianças brasileiras, de cinco a oito nascem com doenças no coração. Dessa forma, quanto mais precocemente é feito o diagnóstico, maiores serão as possibilidades de se oferecer o tratamento mais indicado e melhorar os resultados e a qualidade de vida futura.

Segundo dra. Ieda Jatene, cardiologista e responsável pelo setor de cardiopediatria do HCor, o diagnóstico pode ser feito ainda no período fetal (antes do nascimento). “Existem métodos de imagem para o diagnóstico precoce, como a ecocardiografia fetal, e o estudo dos cromossomos de células do líquido amniótico que auxiliam na pesquisa de síndromes genéticas. A detecção precoce permite um acompanhamento diferenciado da gestação e o planejamento das medidas pós-parto”, explica dra. Ieda Jatene.

Anualmente, passam pelo ambulatório da cardiopediatria do HCor cerca de 1.500 crianças no atendimento filantrópico. Deste total, cerca de 280 crianças chegam a ser operadas. “Das 25 cirurgias realizadas por mês em crianças cardiopatas, 20 são filantrópicas e há casos em que a Instituição oferece um serviço de pré-operatório que chega a durar dois meses, até que a criança apresente condições para a realização da cirurgia, tudo gratuitamente”, afirma dra. Ieda.

Pioneiro no atendimento às crianças cardiopatas que necessitam de cuidados especiais, o HCor – Hospital do Coração – atua há 25 anos na área de cardiopediatria, e destina 90% dos seus leitos ao atendimento às crianças cardíacas reunindo o que há de mais avançado no mundo em termos de procedimentos cardiológicos. A instituição é referência no atendimento às crianças de todo país com cardiopatias de alta complexidade. “Com o avanço das técnicas cirúrgicas, do cateterismo, das intervenções intra-útero e da ecocardiografia fetal, os especialistas podem fazer tratamentos preventivos em bebês e crianças, com objetivo de postergar problemas futuros no sistema cardiovascular para posteriormente tratá-los no momento mais adequado”, esclarece a cardiologista.

Dotado dos mais avançados recursos tecnológicos, além de possuir uma equipe multidisciplinar altamente qualificada composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais, atuando diretamente no atendimento e na realização de cirurgias e procedimentos invasivos nas crianças, o setor conta, também, com um grupo de voluntárias que orienta e ajuda as mães das crianças internadas, para ensinar e aperfeiçoar a prática de trabalhos manuais e com a brinquedoteca que distrai e diverte os pacientes durante o período de internação.

Considerando que são poucas as instituições públicas ou privadas preparadas para atender as crianças cardiopatas nos primeiros dias ou meses de vida, e inúmeros casos de crianças que vivem em cidades que não tem condições de oferecer um tratamento adequado, o HCor tem se dedicado a receber, tratar e diagnosticar da melhor forma possível esses pacientes e entende que a assistência deve ser prestada em diferentes níveis e por diferentes profissionais.