Hoje em dia, estamos cada vez mais próximos da Inteligência Artificial. Apesar de parecer uma novidade, modelos de linguagem e de aprendizado da máquina já existiam na década de 1950. 

O Prof. Dr. Álvaro Machado Dias (Unifesp), neurocientista e futurista, compartilhou esse histórico no Palco HIS durante a Feira Hospitalar 2024. Ele lembrou o público, inclusive, de que um dos primeiros modelos de chatbot foi o ELIZA, de 1966, que emulava uma conversa com uma psicóloga. 

Nos anos 50 e 60 a IA estava em pleno desenvolvimento e já tinha aplicações na saúde, mas inúmeros motivos levaram a um esfriamento dessas tecnologias. Agora vivemos um retorno desse tema e sua aproximação com diversas demandas do setor. 

Por que dessa vez é diferente? Este foi o fio condutor da apresentação de Dias. Confira! 

IA, longevidade e o novo paradigma da saúde 

Dias explicou que o que diferencia a espécie humana é a transmissão cultural, a forma como conhecimentos – e a linguagem – são absorvidos. “O que nos define está sendo compartilhado com uma máquina”, ele exemplifica, entrando no ponto de que as IAs também funcionam por esse compartilhamento de informações, e com seu próprio modelo de linguagem, porém de forma algorítmica. 

O neurocientista compartilhou o que ele define como metamodernidade, sendo “a era do compartilhamento do princípio fundamental da produção cultural”. Nesse momento, a exponencialidade – multiplicação de informações e conteúdos – dá o tom, mas existem algumas “armadilhas do progresso”. 

Não só para a saúde, as promessas da metamodernidade são a autonomia criativa e a resolução de problemas que pareciam insolúveis. Já os desafios, ou armadilhas, são a estupidez tecnológica e a algoritmização do pensamento, dois pontos que podem minar as capacidades humanas. 

Dias esclareceu que a IA e outras tecnologias já estão aqui para nos ajudar, e listou algumas soluções que já foram estudadas e aplicadas para monitoramento, predição e prevenção. 

Futuro construído: como aproveitar a evolução digital para transformar o cuidado 

Na sequência, Álvaro Machado Dias continuou no Palco HIS para mediar o painel que abordou IA e mais tecnologias que estão transformando a saúde. Participaram Felipe Cabral (Hospital Moinhos de Vento), Francisco Neri (Grupo Santa Joana) e José Henrique Salvador (Rede Mater Dei). 

Cabral comentou sobre os primeiros passos da adoção tecnológica, destacando que o cenário atual só é possível porque há 10 anos o Hospital Moinhos colocou a transformação digital em destaque nos objetivos de negócio. A partir disso, se estruturou um processo de governança de dados, e dessa base sólida e segura entram em cena a educação e a inteligência operacional. 

Rapidez e preditividade foram destacadas como as maiores vantagens de utilizar softwares de análise de dados. 

Dias levantou uma pergunta para os três convidados: é responsabilidade dos hospitais e das instituições de saúde educar seus profissionais para utilizar a Inteligência Artificial ou outra ferramenta tecnológica? 

Todos concordaram que sim, e Neri destacou que no Santa Joana foi estabelecido um setor de educação digital. “Novas tecnologias são incorporadas o tempo todo, e precisamos entender o impacto em cada área”, destacou. 

Os convidados também foram indagados sobre o que precisa evoluir nessa transformação digital da saúde. Neri comentou sobre a aproximação da informação para cada pessoa, melhorando a jornada do paciente. Salvador destacou a necessidade do open health, viabilizando a interoperabilidade entre instituições para não perder o histórico de cada paciente. 

Palco HIS: acompanhe a programação! 

Este espaço, montado na Plaza Hospitalar (rua L-20), é dedicado para promover o HIS (Healthcare Innovation Show), evento que acontecerá nos dias 18 e 19 de setembro. 

Muitos dos nomes que se apresentam ali durante a Hospitalar marcarão presença na edição do HIS, a exemplo do Prof. Dr. Álvaro Machado Dias que será keynote speaker. 

Continue acompanhando a programação de conteúdo desta quinta e sexta-feira e conheça os temas que exploram a inovação na saúde no Palco HIS