O Manual de Direitos Humanos para Médicos, que será lançado no mês de maio, já está disponível em versão digital. Para que fique inteirado sobre o tema e conheça sua importância, confira o artigo a seguir:

Um guia para o dia a dia

O principal objetivo do Manual é trazer o tema dos direitos humanos para o dia a dia da área da saúde, fornecendo aos médicos informações e ferramentas para a aplicação dos direitos humanos na medicina.

A ideia da Fenam para este material é que o Manual se torne um guia prático para os médicos, permitindo que tenham contato com a linguagem e o utilizem como um instrumento para a promoção dos direitos humanos.

Com o guia, espera-se que os médicos ganhem conhecimento e habilidades para identificar situações cotidianas em que os direitos humanos são violados, não somente do ponto de vista do paciente, mas também do exercício da medicina em condições desumanas e degradantes.

Da teoria à prática

Com 36 páginas e de fácil leitura, o manual da Fenam foi dividido em cinco capítulos. O primeiro traz noções básicas sobre os direitos humanos, citando casos de violação que podem gerar problemas de saúde, como a violência contra a mulher ou a dificuldade de acesso à alimentação e à água.

A segunda parte explica o que é o direito à saúde, seus principais elementos e particularidades, em especial no caso das populações vulneráveis. No capítulo seguinte, o foco são os mecanismos internacionais que ajudam os profissionais e as instituições a proteger os direitos humanos em todo o mundo.

O quarto capítulo é também o mais prático de todos e visa à aplicação direta do tema na medicina, mostrando como o médico pode ser um dos principais promotores dos direitos humanos. O encerramento do Manual é feito com uma lista de documentos internacionais que tratam sobre o tema.

O médico e os direitos humanos

Já sabemos que a profissão de médico possui, em sua essência, valores e compromissos voltados à dignidade humana, como a busca por um sistema de saúde eficaz, integrado e que possa ser usufruído por todos. Em função disso, ainda que a conscientização sobre os direitos humanos não esteja 100% presente no dia a dia de clínicas e hospitais no Brasil, a busca incessante pelo bem-estar dos pacientes por parte dos médicos está totalmente alinhada com a Declaração Universal de Direitos Humanos.

Os gestores e profissionais das instituições e empresas relacionadas à área da saúde precisam ter sempre em mente que é fundamental uma abordagem mais humana da profissão médica. Nesse cenário, os médicos são um dos principais agentes na missão de garantir os direitos humanos em sua área de atuação e cobrar o poder público para evitar a precarização das condições de trabalho.

Um manual que conduz o profissional sobre o tema dos direitos humanos e oferece ferramentas para que eles possam ser defendidos e aplicados da forma mais adequada possível é uma grande contribuição não apenas aos médicos, mas também à sociedade como um todo. Esse é um dos assuntos de uma série de tendências importantes no setor da saúde.