A transformação do pagamento fee for service para o fee for value ainda é uma discussão no Brasil, mas já está virando realidade nos EUA e exercendo influência no mundo. De acordo com esse artigo da UnitedHealth, maior provedor e pagador de saúde dos EUA, em 2012 a porcentagem de contratos no modelo fee-for-value em 2012 era de 1-2%, hoje é de 20-30%, e deverá ser de 60-70% até o final deste ano.
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O que é Fee-for-value, afinal?
Essa transição não se resume a apenas uma mudança no modelo de remuneração, mas uma mudança cultural, eu diria radical. Dessa forma, as discussões do setor estão longe de se esgotar e, de olho nesta tendência, a American Hospital Association (AHA) publicou um relatório (“Leadership Toolkit for Redefining the H: Engaging Trustees and Communities) com algumas recomendações para suportar os líderes de hospitais e colaboradores, inclusive promover o engajamento entre todos os stakeholders da Saúde:
Conduza políticas que suportam a colaboração: Hospitais e toda a comunidade da Saúde devem trabalhar juntos para incentivar parcerias que envolvam mais os consumidores com o sistema e com o seu próprio cuidado.
Envolver-se nos diálogos contínuos: Saia da zona de conforto e se abra para ouvir as perspectivas que, em geral, não são ouvidas durante as reuniões de planejamento e, mais tarde, criar estratégias para eventos que envolvam a comunidade/stakeholders.
Use as necessidades da comunidade de saúde como uma ferramenta de planejamento: Os hospitais não devem conduzir pesquisas porque elas são necessárias, mas devem usá-las como um guia de como os múltiplos stakeholders podem trabalhar juntos no sentido de melhorar a saúde da população.
Considere uma abordagem holística: No futuro, o emblemático H, de hospital, deve ser substituído pelo H, de Health (saúde em português). Com isso, o sistema de reembolso também deve mudar e passar a incentivar a manutenção da saúde, portanto, os pacientes fora do hospital.
Líderes dos hospitais podem ser agentes de mudança pelo fato de perseguirem alta performance com práticas de governança, construindo assim um board de co-líderes, desenvolvendo relações de confiança e efetiva comunicação em direção a transformação.
Este é um dos estudos da AHA que enfatiza a importância da colaboração entre todos os elos envolvidos ao cuidado, inclusive os pacientes, segue outro estudo para consulta: Engaging Health Care Users: A Framework for Healthy Individuals and Communities.