Há uma grande preocupação mundial quanto ao equilíbrio das taxas de câmbio. É pauta das próximas reuniões do G.20 estabelecer uma política para buscar um equilíbrio sustentável da taxa de câmbio de países tanto em situação de déficit quanto superávit muito elevado em transações correntes. Em diversos países o desequilíbrio tem origem orçamentária. O déficit fiscal gera aumento da dívida, financiada pela emissão de títulos por países deficitários que são comprados por países superavitários. Os primeiros acumulam reservas, os outros, dívidas.
Isso aconteceu na Zona do Euro entre Alemanha e Grécia e acontece com Estados Unidos e China.
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Em 2009 a economia mundial teve desempenho positivo frente às perspectivas, resultado de forte intervenção por parte dos governos. Para 2010, o crescimento no mundo desenvolvido segue em ritmo lento contido devido à fraca recuperação dos EUA e da zona do euro. As economias emergentes deverão continuar à frente do crescimento da economia mundial. Para 2011, o FMI projeta baixo crescimento mundial, de 4,2% abaixo do projetado para 2010, de 4,8%.
No Brasil, o crescimento econômico recente, as boas perspectivas de sua continuidade no futuro, e a relação risco-retorno dos ativos baseados em real foram responsáveis pela manutenção da entrada de capitais estrangeiros no país. Mas preocupa a taxa de câmbio, com o Real valorizado o que pode afetar o desempenho da Balança Comercial. O problema aqui também é fiscal. Com a política fiscal expansionista e a redução do superávit primário, o Banco Central tem pouco espaço para conter a valorização do real pela política monetária diminuindo a taxa de juros, sem que isso crie um aumento de demanda e acabe gerando inflação.
Em 2011, inicia-se o mandato de um novo presidente para o Brasil. O grande desafio, para não ser necessário frear o crescimento, será o ajuste fiscal. Dentre as tarefas esperadas está a redução da relação entre dívida pública e PIB, a diminuição da carga tributária, o aumento do nível de investimento e a reforma previdenciária.
Em todas essas matérias o Brasil ficou aquém da média dos países emergentes com grau de investimento. Esses serão os principais entraves à sustentabilidade do crescimento brasileiro no futuro. No passado recente, o desempenho econômico do Brasil foi muito bom. O País viu o número de empregos formais crescer, como consequência do próprio crescimento econômico. O Banco Central teve sucesso em manter o controle inflacionário. A expansão do crédito possibilitou o aumento do consumo. O desafio agora é enfrentar o crescente déficit em conta corrente, para viabilizar taxas de crescimento mais robustas. As perpectivas do mercado imediatamente antes do resultado da eleição presidencial indica crescimentro do PIB modesto para 2011, de 4,5%.
O crescimento da saúde suplementar depende do crescimento econômico, do emprego formal, das rendas e das mensalidades médias dos planos. Pela primeira vez a ANS apresenta sua agenda regulatória. Isso ajuda a alinhar as expectativas setoriais e a aumentar a transparência do processo. O principal compromisso assumido é para com a atualização das regras e consolidação dos normativos.
Os trabalhos estão sendo desenvolvidos em câmaras técnicas com a participação de representantes do setor para elaboração da proposta e posterior abertura de consultas públicas sobre a adequação do normativo. O setor também aguarda a nomeação de dois diretores para a Agência Nacional de Saúde Suplementar após o encerramento de dois mandatos em outubro.
José Cechin
Superintendente Executivo do IESS
Veja o estudo na íntegra aqui
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