Os sistemas de computadores regulares que conhecemos hoje funcionam a partir de uma série de instruções desenvolvidas por programadores humanos, capaz de acessar e armazenar dados, é uma ferramenta que pode auxiliar ou até dificultar buscas de infinitos dados que vemos soltos na nuvem e agora com o desenvolvimento da computação cognitiva, o modelo tradicional tem seus dias contados.

O surgimento do sistema cognitivo veio para marcar uma nova era na computação, porque, diferente do modelo defasado com informações pouco aproveitadas, o computador equipado por algoritmos de aprendizados resulta em uma tecnologia capaz de interpretar esses dados, gerando lógicas e insights a partir da estruturação e cruzamento da informação, assim como os humanos.

Watson é o nome do sistema cognitivo produzido pela IBM que promete entregar uma nova experiência em conhecimento para as empresas. Imagine uma plataforma que não só disponibiliza todos os dados do paciente, mas também entrega ao profissional diagnósticos e até a melhor forma de tratamento baseado num histórico muito mais aprofundado do paciente.

A coordenadora médica da IBM Watson na América Latina, Mariana Perroni explicou para a redação do Portal Saúde Business como o software vai revolucionar a cadeia de saúde e ainda afirmou: A computação cognitiva é uma questão de tempo.

Mariana Perroni“Um único paciente pode gerar um milhão de giga de informação de saúde em toda sua vida, somando o prontuário eletrônico, prescrição médica, histórico familiar e exames. Infelizmente o sistema atual só nos permite aproveitar 20% dessa informação, a computação cognitiva nos permite fazer um tratamento bem mais embasado com os dados da vida do paciente como um todo”, explica a coordenadora médica.

O IBM Watson e o Câncer

A oncologia é uma área desafiadora na medicina em que a inteligência cognitiva vem como aposta para Perroni, possibilitando a realização de fortes avanços na área. “Atualmente, 600 mil artigos sobre câncer são publicados por ano, e nós, humanos, não temos como ler todos os artigos relacionados que vão surgindo, mas a partir do momento que temos uma ferramenta como o Watson, podemos correlacionar todos esses estudos e receber o aprendizado gerado pela plataforma única.”

Outra grande aposta para a computação cognitiva são as doenças crônicas. Considere esse computador capaz de rastrear todo o histórico de um paciente, agindo forma preventiva a respeito de enfermidades como diabetes e doenças cardíacas que são tratadas de forma reativas e pouco eficazes na medicina atual.

Mas, Mariana Perroni não exclui as doenças agudas da relação: “Doenças mais raras são aquelas com pouco embasamento acadêmico e a inteligência cognitiva é capaz de interpretar os casos mais remotos, aproximando-os e combinando a experiência real world a conhecimentos teóricos.”

Para ela, algumas áreas escuras da saúde podem ser resolvidas como o fundamento básico da tecnologia de compartilhamento “Podemos lidar com a saúde como lidamos com o Waze, (aplicativo em que usuários informam a situação do trânsito em que ele se encontra), por exemplo, em um cenário em que abrimos mão de dados privados pelo bem maior.”

A computação cognitiva, ao incluir todos os dados de um paciente, permite analisarmos holisticamente a saúde dele, aproximando o médico à essência da informação decodificada, entregando conceitos e somando experiências para tornar a capacidade de tomar decisões mais assertiva e embasada.

A Coordenadora médica destaca como um desafio o modelo de ensino atual das universidades brasileiras. “A grade horária do curso médico é pouco atualizada, diferente das universidades americanas em que já se inclui o estudo de big data, no Brasil, o médico acaba ficando muitas vezes defasado por não entender a quantidade de informação médica que não é captada e estudada corretamente.”

A IBM programou, no dia 10 de agosto, um encontro sobre o impacto da Computação Cognitiva na Medicina. Para se inscrever, clique aqui.