Neste mês, o Hospital Sírio-Libanês inaugurou o novo laboratório de análises clínicas. A instituição encerrou a parceria com o Fleury e decidiu apostar em um laboratório próprio. O novo espaço é parte de um plano de expansão, que inclui a inauguração de uma nova unidade no Morumbi, em 2025, e o objetivo de dobrar a estrutura do hospital até 2030.
O laboratório começou a operar há três semanas e realizou mais de 300 mil exames. A capacidade total de processamento chega ao em torno de 450 mil e 500 mil exames mensais. Com 1.100 metros quadrados de área construída e tecnologia de ponta, a estrutura exigiu um investimento na ordem de R$ 70 milhões, incluindo equipamentos de última geração de parceiros estratégicos, como Roche Diagnóstica, BD, bioMérieux, Abbott e Euroimmun. Além disso, foram contratados 80 novos profissionais de saúde para compor a equipe.
Construído de forma ágil e intensa ao longo de um ano e meio, o laboratório é apresentado como o mais moderno da América Latina. Nasce com a promessa de transformar a experiência do paciente, otimizar o diagnóstico médico e reforçar o protagonismo do Hospital Sírio-Libanês na medicina personalizada.
Diferenciais do novo laboratório
“Esse laboratório foi projetado do zero, com uma infraestrutura completamente nova e voltada para a eficiência e qualidade. Hoje, ele é o mais avançado em funcionamento no Brasil”, afirma César Nomura, diretor de Medicina Diagnóstica do hospital.
Entre as novidades, destacam-se linhas de automação exclusivas para casos de urgência e emergência, conectadas diretamente ao pronto-socorro e ao centro cirúrgico por tubos pneumáticos. Isso permite que as amostras cheguem ao laboratório em até 10 segundos, reduzindo drasticamente o tempo de resposta.
“O resultado de exames simples, como hemogramas, pode sair em menos de 20 minutos, o que é crucial em situações críticas, como no tratamento oncológico”, explica Nomura. O sistema também conta com uma capacidade automatizada de armazenamento de 27 mil tubos, que possibilita a realização de novos exames sem a necessidade de coleta adicional, o que otimiza a experiência do paciente.
O laboratório também conta com tecnologias, como a inteligência artificial, para triagem automatizada de amostras, capaz de identificar alterações e acionar exames confirmatórios de forma autônoma. A análise é finalizada pelo biomédico especialista com maior assertividade e segurança técnica.
“Diminui retrabalho e melhora a segurança do paciente, permitindo maior agilidade nos diagnósticos”, destaca o diretor.
Interoperabilidade
O novo laboratório não apenas moderniza o diagnóstico, mas também é mais um passo na intraoperabilidade. A gestão integrada de informações dos pacientes já implementada pela instituição é essencial para o futuro da interoperabilidade em saúde no Brasil de acordo com Nomura.
“Independentemente da unidade onde o paciente seja atendido, todos os dados ficam integrados no sistema. Isso elimina lacunas na jornada de cuidado e oferece uma visão completa da saúde do paciente, conectando exames laboratoriais, radiológicos e outras informações clínicas em uma única plataforma”, explica o diretor.
Essa abordagem não apenas fortalece a experiência do paciente, mas também abre novas possibilidades para a pesquisa e a ciência. “Com a integração dos dados, podemos cruzar informações, como exames de sangue e ultrassons, permitindo análises mais profundas. Isso contribui para a identificação de riscos, desenvolvimento de estudos populacionais e, no futuro, alertas personalizados para médicos e pacientes”, destaca Nomura.