A Escola de Saúde, empresa da Affero Lab, maior empresa de educação corporativa do Brasil, divulga os resultados da pesquisa Atração e Seleção de Talentos na Área de Saúde, com foco nos processos seletivos e tempo de prontidão para operação. O estudo foi realizado em parceria com a consultoria DibAloe Projetos RH no início deste ano e contou com a participação de 16 instituições, sendo 12 hospitais, dois serviços de medicina diagnóstica e duas empresas prestadoras de serviços de Saúde. O intuito do estudo consiste em traçar um perfil do processo de atração e seleção de talentos e integração dos profissionais da área de Enfermagem e equipes de atendimento das principais instituições brasileiras do setor.

A pesquisa revela que, de todos os profissionais que se candidatam às vagas de enfermagem e técnica em enfermagem, apenas 4% acabam assumindo efetivamente o cargo e permanecendo durante o período de experiência. Além disso, considerando todo o processo de seleção, admissão, integração e treinamentos – o tempo de prontidão para operação –, o turnover de profissionais é elevado. “A pesquisa deixa claro que o turnover durante o período de experiência, até três meses após a admissão, é de 10% na média, um número muito alto se levarmos em conta o tempo e os custos empreendidos com todo o processo, considerando que um profissional da área leva cerca de 6 meses para ficar pronto”, explica Fábio Barcellos, sócio fundador da Affero Lab.

“Na pesquisa percebe-se que a maioria das organizações não calcula os custos de prontidão para operação, ou seja, custos que vão desde a disponibilidade da vaga até seu preenchimento efetivo, passando pelo período de treinamento”, afirma Barcellos. Este tempo de prontidão dura, em média, 65 dias para cargos de enfermagem e 40 dias para as áreas de atendimento. Para o sócio da Affero Lab, é fundamental considerar a importância desse profissional, uma vez que eles são a linha de frente no cuidado diário com o paciente, e que ele bem treinado e integrado é diretamente proporcional à satisfação do cliente.

Outro ponto de destaque no estudo diz respeito aos principais gaps na qualificação dos profissionais que chegam aos processos seletivos. O principal deles, citado por 100% dos entrevistados, consiste na falta de conhecimentos básicos em enfermagem – cálculo de medicamentos e prevenção e controle de IRAS – infecções relacionadas à assistência à saúde – foram alguns fatores mais críticos mencionados. Falta de postura profissional, comportamental e falta de conhecimentos técnicos e práticos por especialidade foram mencionados por 44% dos entrevistados.

“As instituições, muitas vezes, acabam diminuindo o nível de exigência ideal para aprovação dos candidatos no processo seletivo porque correm o risco de não preencherem as vagas. Como consequência, a própria organização toma para si a responsabilidade de treinar e desenvolver o profissional ”, afirma a consultora Ana Paula Dib Aloe, responsável pela pesquisa.

Para Barcellos, a pesquisa representa um importante instrumento na avaliação de projetos de educação corporativa e na análise de maneiras de contribuir com o processo seletivo de instituições na área de Saúde, reduzindo o tempo de prontidão e eliminando os custos com processos seletivos.

Os resultados da pesquisa são referentes às vagas de nível técnico (formação técnica) e profissional (graduação) para enfermagem e atendimento, sendo que no atendimento às vezes também podem ser vagas operacionais (que não exigem curso técnico específico ou graduação concluídos – em geral cursando). As posições de liderança de enfermagem ou de atendimento não foram pesquisadas.