Há cerca de dois anos como CIO da ChenMed ? empresa norte-americana voltada para o cuidado de saúde de idosos ? Cas Mollien conheceu o conceito de SDN (Software Definied networking )no início deste ano, quando a HP anunciou o lançamento de switches adaptados a OpenFlow. Ainda no estágio inicial de adoção da tecnologia, o executivo concedeu uma entrevista por telefone à IW Brasil para explicar o conceito, garantindo que este é o link que faltava nas ofertas de cloud computing. Ele preferiu não abrir o valor total dos investimentos, mas afirmou que o projeto de expansão pelo qual a empresa passa já consumiu cerca de US$ 500 mil neste ano. O executivo, entretanto, afirma que o ROI é praticamente em tempo real, já que a única coisa diferente que teve de fazer foi comprar switches adequados a OpenFlow ? e mesmo que não optasse por esse padrão, teria de comprar esses hardwares invariavelmente. IW Brasil ? Você optou pelo SDN para resolver um problema ou para melhorar sua infraestrutura? Cas Mollien ? Inicialmente foi por curiosidade profissional, é uma nova tecnologia, e eu queria saber o que é, o que faz. Olhando para o que estamos tentando conquistar, achei que o OpenFlow e o SDN seriam um tremendo valor agregado na forma que tocamos nosso negócio. IWB ? E qual é o desafio da companhia? Mollien ? Temos um modelo misto. Uma parte é feita em cloud, que vai para aplicações de software como serviço, com informação de saúde protegida dentro dele. Aqui nos Estados Unidos temos regras e leis diferentes para o tratamento dessas informações, de acordo com o Estado. Então, precisamos ser flexíveis na forma como construímos coisas. O outro lado dos negócios é, na verdade, manter as práticas e consultórios médicos ao redor do país. Estes escritórios entram na mesma categoria de que diferentes Estados tem regulações diferentes. Com SDN podemos ampliar o ambiente com o número limitado de pessoas que tenho em meu quadro de funcionários. IWB ? Como está a infraestrutura hoje? Mollien ? Saímos de quatro escritórios e vamos para 25 até o fim do ano, o que demandou um grande trabalho do time de software. Agora estamos na fase de entender o que temos e quanto temos. Queremos colocar no topo do data center que estamos construindo com a HP o SDN e no momento que trouxermos novos escritórios poderemos providenciar equipamento da HP por lá que suporte OpenFlow. Assim, conseguiremos estender esses escritórios, em vez de configurar cada rede e trata-la de forma independente. A rede está se tornando parte do modelo de entrega de serviço que estamos contratando. IWB ? E qual o ganho de produtividade que isso representa? Mollien ? Para o SDN funcionar de forma produtiva, é preciso reescrever aplicações e integra-lo em seu ambiente de nuvem. Para suportar esse processo de crescimento que estamos passando, tenho certeza de que onde precisaria entre cinco e dez pessoas dedicadas em rede convencional. Com SDN posso fazer com um ou dois. IWB ? Mas foi muito retrabalho? Mollien ? Sim, por múltiplas razões: 1. Fazer em tempo. 2. Realmente desenvolver nosso modelo SDN, se torna um modelo de entrega de aplicação. A rede falando diretamente com a aplicação se torna uma parte íntima da entrega da própria aplicação. Normalmente, o nível de rede é autônomo. No momento em que apostamos em SDN a rede se torna quase que uma máquina virtual. IWB ? Apesar de ainda estar no início do projeto, enfrentou problemas? Mollien ? Não há problemas, existem desafios. Estamos vendo um tipo diferente de virtualização, onde toda a gestão e funcionalidades não são tão diferentes, mas estamos vendo que trouxemos algumas pessoas de desenvolvimento de software, para escrever a integração e reescrever as aplicações especificas para o que precisamos fazer. IWB ? SDN traz a real cloud computing? Mollien ? Eu diria que o SDN é uma tremenda adição de valor para a nuvem e é definitivamente um puro ambiente de cloud. Um link que estava faltando.